sábado, 1 de dezembro de 2012

Carrancas - MG - Um lugar imperdível!


- Moço, sabe me informar qual é a estrada que devo pegar pra chegar em Carrancas?
- Olha, fica meio difícil explicar, porque tão reformando aquela rua ali...
- Mas é naquela que devo entrar?
- Não, não, não é naquela, não... faz assim, ó, cê vai reto e lá na frente tem uma Igreja e uma rua do lado...
- É nessa?
- Não, não, é na oooutra rua. Mas aí é só ocê seguir em frente, reto, toda vida!

E assim começou essa aventura em terras mineiras, nesse feriado de 15 de novembro. Calma, antes que me crucifiquem, eu olhei sim no mapa pra saber pra que lado eu deveria ir. Mas preferi parar e pedir informação, até porque ADORO bater papo!

Carrancas é a última cidade do sul de Minas. Terra cheia de encantos, paisagens de tirar o fôlego, cachoeiras de águas geladas, terra de gente humilde, daquelas que ainda usam a tal da caderneta pra anotar a conta da quitanda e pagar no final do mês. E pra chegar lá, você pega um trecho da Estrada Real. Inclusive há várias demarcações quando você está a caminho do Complexo da Zilda. Esse caminho (Estrada Real) era trilhado pelos colonizadores desde a descoberta do ouro em Minas. O caminho é dividido em 3: Caminho Velho, Caminho Novo e Rota dos Diamantes. Carrancas está no meio do Caminho Velho. Andar por essas terras é um retorno à história, é voltar no tempo dos tropeiros que chegavam em seus cavalos e adultos e crianças faziam festa com a chegada da tropeirada. Quem vive por essas bandas guarda na lembrança o tempo em que o ouro 'brotava no chão' e acolhe como ninguém quem chega a essas paragens.

Essa simplicidade toda foi o que mais me agradou neste lugar. E claro, o ecoturismo também. E por falar nele, vamos ao que interessa.

Em Carrancas há vários lugares “cachoeirísticos” pra visitar. Os que conheci foram:

Complexo da Fumaça
Fica há 4 km da cidade, e são duas cachoeiras pra conhecer: a da Fumaça e a Véu de Noiva. A informação que me passaram é que a da Fumaça não é própria pra banho, então, não me arrisquei. Mas é uma das mais bonitas de Carrancas. De fácil acesso, um percurso de no máximo, 300 metros. Não é necessário acompanhamento de guia e não paga nada pra entrar.

Complexo da Ponte
Há 2 km da cidade, o acesso também é muito fácil, caminhada leve de 300 metros. Neste lugar, há duas cachoeiras pra conhecer: Salomão e Moinho. Nesse lugar há área de camping, e um bar, beeeem simples. Também não precisa de guia e não se paga nada pra entrar.

Complexo da Toca
Há 5 km da cidade, tem dois poços: do Coração e do Coraçãozinho. E realmente o formato do poço é de coração! O cara da “porteira” disse que havia uma gruta, fez até um desenho em uma folha de papel pra explicar como chegava, mas não achei a bendita. Paga-se R$ 3 reais pra entrar, uma caminhada de 600 metros e vc chega no lugar. Neste complexo, também tem estrutura pra camping e um restaurante, além de estacionamento.


Poço do Coração (Não reparem no "espectro" que saiu na frente, vou tomar sol, prometo!)
CAchoeira dos Anjos, Zilda II. É aqui que se faz o
 Cachoeirismo.
Complexo da Zilda
É um dos mais legais de conhecer, na minha opinião. Porém, pra conhecer tuuuudo, tuuudo mesmo, é legal fazer em dois dias, porque o percurso é bem cansativo. Aqui, recomendo o acompanhamento de um guia, porque algumas cachoeiras são bem escondidas e de difícil acesso. Além disso, os guias vão explicando bastante coisas sobre a fauna e flora. Fechei com a Agência Carrancas Eco Adventure (fones no fim do relato). Os caras são super gente boa. Decidi fazer o seguinte: em um dia, fiz o Complexo da Zilda II, e conheci a Cachoeira dos Anjos, Cachoeira da Onça, Racha da Zilda. Na Cachoeira dos Anjos, fiz cachoeirismo, paguei
 R$ 40 reais. E na Racha da Zilda, que muita gente chama de fenda, fiz canionismo, paguei R$ 30 reais. O pessoal da agência me cobrou mais R$ 20 pelo guia, então, tudo, ficou R$ 90 reais, para um passeio do dia todo. Como a água é muito gelada, eles te emprestam a roupa de neoprene de 5mm, porque realmente é muito friiiooooo!!!! E embora tenha chovido na noite anterior e a água estivesse turva, bem turva, o canionismo valeu muito à pena. Não tinha feito nada igual antes. QUE LUGAR LINDO! Sem contar em todo o resto, das cachoeiras, do cachoeirismo... foi show! Esse percurso é bem demorado, e se caminha muito. DICA: leve bastante água (embora no caminho tenha nascentes), barras de cereais, biscoitos... porque o almojanta é só no fim do dia.
Na Zilda I, tem o escorregador da Zilda, a cachoeira da Zilda e uma gruta. No escorregador eu literalmente me acabei de tanto escorregar, subir, escorregar. Nada mais é do que uma pedra super escorregadia, bem comprida, e a galera desce super rápido! Mas pra variar, água gelada também. A cachoeira da Zilda também é linda, o caminho então, nem se fala. Também R$ 3 pra entrar, mas só na Zilda II.

Pôr do Sol no Morro da Teta.

Resumindo: adorei a cidade! Tudo muito simples, tranquilo, as pessoas são super receptivas e é um lugar que eu super recomendo conhecer!

CURIOSIDADE:
- soube (e vi muitas fotos) que muitos trechos da novela “Amor Eterno Amor” foram gravados lá. Além da novela, também o filme “O Menino da Porteira” .

DICAS:
- a noite faz frio. Frio mesmo. Leve agasalhos, porque embora durante o dia faça um sol de rachar a cuca e deixar a gente meio lelé, a noite a temperatura cai mesmo.
- leve dinheiro. Na maioria dos lugares eles aceitam apenas dinheiro e cheque. Só achei dois lugares que aceitavam cartõess: um no posto de combustível e no supermercado. Se não aceitassem, não sairia de lá, porque tinha levado pouca grana, que no final, foi suficiente pra todos os dias, pq as coisas são mto baratinhas. Mas passei apertado com medo que acabasse. Ah, na cidade só tem BAnco do Brasil.
- Há uma pizzaria chamada Betão. Muuuiiito boa e barata!
- não percam JAMAIS o por do sol no Morro da Teta. O caminho também é super fácil de achar, e tem uma vista MA-RA-VI-LHO-SA!!! Empata com o por do sol do Atacama e da Isla Ometepe que eu vi. Pau a pau!
- Leve uma boa farmacinha, com curativos, remédios pra pancadas, tombos. Não vi uma pessoa que não tivesse escorregado, ralado a bunda, o cotovelo... eu mesma voltei com dois roxos enormes no joelho. Se não quiser levar a farmacinha, na cidade há apenas duas farmácias, que fecham as 18:00. Meu joelho estourou, fui atrás de um remédio e as duas estavam fechadas. Tive a sorte de um cara me perguntar o que eu precisava, ele ligou pra dona da farmácia, que vou abrir pra me atender. Bonitinho, né?
- No mais, é só curtir a natureza, o cheiro de mato e ar puro que essa cidade oferece!

Contatos:
CArrancas Eco Adventure
(35) 8848-8265 (oi)
(35) 9900-5838 (vivo)
(35) 9143-4180 (Tim)
Lá não pega Claro.

CAmping da Ponte - (achei esse mais organizadinho)
(35) 3822-3923 / 8818-5365
anselmoabreu@ig.com.br

E é isso!
Qualquer dúvida, estou àzordi!




terça-feira, 13 de novembro de 2012

Livro - A Senda e o Aprendizado do Mochileiro Peregrino


Em Dezembro será o lançamento do livro "A Senda e o Aprendizado do Mochileiro Peregrino".

O lançamento será no conceituado Casa Club Hostel Bar localizado na Vila Madelena-SP. (Rua Mourato Coelho 973, Vila Madalena-SP

Contamos com a presença de todos!

sábado, 15 de setembro de 2012

Chapada Imperial - DF



Desta vez fomos conhecer a famosa Chapada Imperial - DF, o local é uma reserva ecológica particular que vem sendo preservada desde 1986. Tem formação bastante diversificada.  Reúne áreas de cerrado “senso stricto”, cerrado rupestre, cerradão, matas mesofíticas (interflúvio e calcária), mata de galeria, campo cerrado, campo de murundum, campo sujo, campo limpo, campo úmido, brejo e veredas. Tem uma área aproximada de 4800 ha e está localizada na  APA de Cafuringa – Área de Proteção Ambiental. 

Inúmeros animais fazem da CHAPADA IMPERIAL seu habitat natural e, entre eles, muitos ameaçados de extinção, tais como onça, lobo-guará, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, tornando-a um santuário ecológico. Tem formações rochosas e canions em terrenos acidentados com cerca de 95% preservados: são terrenos que se situam sobre rochas com mais de um bilhão de anos e cobertos por vegetação típica dos cerrados. A Chapada Imperial tem localização privilegiada e encontra-se no ponto mais alto do Distrito Federal, 1342 metros. Apenas 50 km do centro da capital federal. Maiores informações em: www.chapadaimperial.com.br

Cachoeira Rainha
Girleane, Débora, Sabrina, Hemerson, Luana, Flávio e Sandra
 

Guia Wellington



Entramos em contato a Marta, através do número 061 99619068, ela foi muito educada e atenciosa, pediu que enviássemos por e-mail a lista dos integrantes. Depois de falar com a Marta divulguei em nossa fan page Amigos de Mochila para encontrar outros aventureiros e encontrei 09 pessoas, Hemerson, Luana, Heverton, Girleane, Débora, Sabrina, Jonathan, Luana, Sandra e eu. 

Enviamos a lista para a Marta e o nosso passeio estava garantido. Chegamos ao local às 09:00h, fomos recepcionados por uma arara azul em cima do carro, segundo o senhor que trabalha no local elas sempre recepcionam os visitantes desta forma porque elas estavam acostumadas a comer a comida que os visitantes davam pra elas, agora pedem para que não façamos mais isso para reeducar as aves e mostrar que no cerrado tem frutos para se alimentarem também. 

Os guias começam a formar grupos com para iniciar as trilhas às 10:00h. Optamos pela trilha longa (4km) e fomos guiado pelo Wellington, um jovem humilde, competente e animado. O grau de dificuldade da trilha é moderado, onde passamos por todo percurso visitando 30 cachoeiras com parada nas melhores para banho. 

Durante a trilha fomos encontramos duas cobras, uma Jararaca e uma Jibóia que descansava tranquilamente num galho de uma árvore enquanto outras pessoas se refrescavam na sombra que o galho fazia, até observarem que a cobra estava ali, claro. Quando avistaram a Jibóia cada um procurou sua trilha rapidamente. 

Outra atração foi a Purga, uma incansável cachorrinha que nos acompanhou do início ao fim da trilha. Chegando a cachoeira da rainha não resistimos ao ver as pessoas descendo de rapel e finalizando a descida de tirolesa, a maioria resolveu descer os 20m também. Uma boa experiência pra quem nunca fez rapel numa cachoeira. 

Após concluirmos a trilha, era hora de voltar à sede, mas não esperávamos que tivesse uma longa subida até o carro que ia nos levar de volta. Já estávamos desgastados, o sol estava muito quente, os mais despreparados sentiram muito a subida, algumas pessoas chegaram a sentar no chão e até desmaiar durante o retorno. Foi um alívio quando chegamos ao carro. 

Na sede tem chuveiros que lhe dá a opção de tomar um banho e trocar de roupa antes do delicioso almoço caipira, não esqueço daquela galinhada. Após o almoço o ambiente lhe proporciona alguns lugares para descansar, como as concorridas redes. No final do dia curtimos as atrações da sede, fizemos o arvorismo, paredão de escalada, tirolesa, apreciamos os animais e assim encerramos mais uma aventura.







Jararaca

Luana



Heverton
Débora










Jonathan

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Buraco das Araras - GO



Fomos conhecer o Buraco das Araras, localizado a 15 km depois do Distrito Bezerra-GO, aproximadamente 130 km de Brasília-DF. Contratamos a Itakamã (www.itakama.com.br) com os capacitados guias Maurício e Breno para condução até o local, realizamos a descida no enorme buraco com rapel numa altura de 70 metros com contato durante 4 a 5 metros e negativo na maior parte do percurso. 
Primeiramente tivemos uma orientação de como utilizar os equipamentos, tranquilizando os inexperientes. Lá de cima podemos observar o tamanho do buraco e ouvir o canto dos pássaros. Após o rapel, iniciamos trilha perigosa com algumas pedras soltas a afiadas, exigindo atenção ao caminhar, até a entrada da gruta e fizemos uma parada para o lanche. 
No interior da gruta tivemos que deitar, rolar, esticar e espremer entre as rochas para conseguirmos passar entre elas. É possível encontrar algumas estalactites e estalagmites, mas a atração da gruta é o lago subterrâneo com sua água parada e cristalina, ideal para se refrescar e relaxar por alguns minutos. As lanternas são fundamentais no interior da gruta. 
Após o banho retornamos para fora da gruta, seguimos outra trilha para sairmos do buraco escalando. Com o apoio dos guias junto com uma corda de segurança na cadeirinha, escalamos sem grandes problemas e deixamos o Buraco das Araras, e retornamos à Brasília. Vale a pela conhecer, tente encontrar guias capacitados para maior segurança, pois a descida sem rapel não é fácil e no interior do buraco existem várias trilhas. Preserve o local, recolha seu lixo e evite gritos no buraco para não espantar as últimas Araras e outras aves e animais que ainda vivem por lá.
 











 








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